quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Acabou a poesia

Ouvindo Casuaria no meu mp3 enquanto voltava para casa esta semana, fiz a constatação que já desconfiava: acabou a poesia na música ela agora é meramente comercial. A música era  “Minhas Madrugadas”, que neste momento ainda não pesquisei para saber quem era o compositor, mas tudo indica ser um samba da Portela. Um verdadeiro poema musicado, dá inveja de verdade, inveja boa. O que vemos acontecer com a musica hoje, está muito ligado ao interesse das gravadoras em lançar cada vez mais novidades, os famosos cometas que ficam na mídia no máximo 1 ano e depois somem, temos vários e vários exemplo.
O que me deixa bem chateado é a qualidade musical. Isso é terrivelmente triste. Ligar o rádio e ouvir aqueles arranjos forçados, melodias chatas e letras que devem causar decepção aos nossos grandes mestres da música brasileira. E o pior é que essa massificação e esse massacre nas mídias, acabam por convencer ao grande público a aceitarem. Nos últimos anos nos forma oferecidos diversos estilos e estes considerados e chamados de “universitários”, pagode universitário, forró universitário, sertanejo universitário e por aí vai. Sem falar nos novos grupos de rock, se podem ser chamados assim.
O mais interessante é ver que pegam rostos bonitos colocam roupas de marca, contratam uma boa banda e na hora de distribuírem os arranjos é aquela negação. Claro que nem todos são assim tão ruins, mas os que se destacam realmente são pouquíssimos. Na maioria das vezes não chegam a lançar o segundo disco, não emplacam grandes sucessos ou mesmo as musicas mais tocadas, e tudo já acabou. Aí me vem os grandes nomes da nossa MPB, Adoniram Barbosa, Cartola, Elis Regina, Tim Maia, Luiz Gonzaga (pai e filho), Luiz Carlos da Vila, Pixinguinha, Roberto Carlos e tantos outros que certamente sentem uma grande decepção com o rumo que a indústria fonográfica tomou, é tudo tão comercial que parece não existir mais satisfação em se fazer uma boa música.
As grandes produções de hoje são focadas em aglomerar pessoas em locais enormes e depois tudo isso vira um DVD. Mas o grande lance de emocionar as pessoas está em baixa faltam mesmo as grandes apresentações, com grandes músicas que entram para a historia e ficam nas mentes das pessoas por toda vida. São poucos hoje os músicos que fazem a música trabalhada em todas as suas fases, arranjos, harmonia, melodia, e como tem feito falta.
Mas não tem jeito, só nos resta realmente procurar os bons grupos, bandas e cantores que restaram e continuam dando ênfase a seu trabalho sem deixar de lado a qualidade que merecemos. Há espaço para todos, mas pelo amor de Deus, não maltratem nossa música brasileira.

Um comentário:

  1. Adorei o post, realmente aconteceu uma banalização de um dos maiores instrumentos de expressao de sentimentos: a musica. como se qualquer repetiçao rimada fosse musica de verdade.Parabéns mano! irado o blog
    bju bju

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