segunda-feira, 24 de outubro de 2011

MIDIA 1 X 0 POVÃO

Acabei de ler na internet que a cantora pop/brega Paula Fernandes superou a marca de 1 milhão de copias vendidas, 1.250.000 cópias. A comparação é de deixar qualquer um de boca aberta por que quem mais se aproximou em vendagem foi outro pré-fabricado: Luan Santana com 344 mil cópias. Verdadeiramente mais uma prova que a música virou um grande negócio de gravadoras, produtores, estúdios, e afins no Brasil. Só para se ter uma idéia da comparação, a baiana Ivete Sangalo ficou em 5º lugar na lista com seu cd gravado nos “states” com 244 mil copias. O que mais me impressiona é que o número foi alcançado em 10 ou 11 meses, após a mineira aparecer meio de gaiato no show do Roberto Carlos em Copacabana. Me desculpem, mas Rei, você tem culta nessa historia.
Hoje o grande domínio das rádios e programas de auditórios é o grande comércio da música no Brasil, música virou, na maior parte dos que se destacam, comercial. Acabou de vez a preocupação com a poesia e com os grandes e inesquecíveis arranjos. Quem aí não vai lembrar-se de algum sucesso inesquecível na voz de Roberto, músicas escritas e gravadas há mais de 20, 30 anos e fazem muito sucesso até hoje. Pois é, isso acabou, daqui há 1 ano, dificilmente alguém vai lembrar de cantor meteoro Lua Santana, da Paula Fernandes, João Bosco e Vinícius, Restart, Nx Zero e tantos outros que estão, literalmente de passagem por falta de verdadeiramente boas músicas. Valha-me Roupa Nova.
Tá bom, antes que me xinguem, alguns desses citados são “bonzinhos” mas não emplacam, tocam nas rádios por que as gravadoras despejam dinheiro e por serem, neste momento rentáveis. Com tudo isso as programações “radianas” empurram esses cantores dia e noite nos ouvintes. Assim fica fácil, até este singelo músico que vos escreve faria sucesso com essa receita. Piadas à parte, Rei, você deveria conversar com sua pupila ou então dar umas boas músicas pra ela interpretar, assim não seríamos obrigados a ficar naquele “mela cueca” sem graça e que repito, de tanto as rádios hipnotizarem os ouvintes, faz tanto sucesso.
Sinceramente esse modelo de divulgação é muito falho com os verdadeiros artistas que temos no Brasil. Por não serem indicados, por não serem bonitos, por não terem padrinhos vivem nos bares ganhando a janta ou o lanche da noite em troca de suas habilidades. Muito pouco para um país tão rico na cultura. Já tô com saudades do Calypso... por falar nisso, cadê a Joelma e o Chimbinha? Ah esqueci, mais um cometa musical, não serve mais para a gravadora vão parar na geladeira. Assim o grande e famigerado mercado continua a criar seus monstros e ganhando muito dinheiro em cima das criações e criaturas.
Saudades de quando tínhamos grandes nomes: Cazuza, Gonzaguinha, Erasmo, Tonico e Tinoco, João Bosco, Elis Regina... Chega, serei injusto por não citar todos. Inté.

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