No
texto passado falei um pouco sobre a necessidade de dedicação para se trabalhar
com música. Fiquei lendo e pensando sobre o que havia escrito e achei por bem
continuar o assunto. Na época em que assumi a “presidência virtual” de um bloco
carnavalesco foi uma alegria enorme, pois tínhamos eu e minha equipe, bem
definidos nossos objetivos. Mas não era bem assim que o “bloco tocava”. Havia
forças enormes remando contra e isso foi o maior entrave que encontrei para
realizar nosso carnaval. No fim das contas havia um enorme rombo e não tínhamos
dinheiro para cobrir. A situação ficou bem complicada. O problema era que os
que remavam contra sabiam dos problemas que poderiam acontecer e não se
manifestaram, faltava muita ética, o bloco nunca foi brincadeira pra mim, o
assunto era sério.
Primeiro
para se tirar os objetivos do papel, os que remavam contra sempre arranjavam
barreiras isso ajudava a baixar o alto-estima dos demais e trabalhar desse
jeito foi muito complicado. Além de presidente virtual (depois explico por que
virtual) eu era responsável em “puxar” a bateria e isso sempre foi uma alegria.
A bateria do bloco sempre foi a menina dos olhos dos carnavais de Santa Cruz,
mas do jeito que as coisas iam, tava difícil motivar a turma pois quando se
olhava ao redor havia um clima pesado. Mesmo assim fizemos um bonito carnaval,
um bom samba enredo, bateria cadenciada, carros e alegria na avenida. E foi só,
na prestação de contas fui ver o tamanho da furada que entrei.
Por
isso é muito importante conhecer bem as pessoas que trabalham com você em
qualquer projeto. O projeto do bloco era e é simples, só precisa de um pouco de
trabalho de uma equipe, entenda bem “EQUIPE”, sozinho não se coloca o bloco na
rua. E isso faltou. Fizemos um evento dois meses após o carnaval para angariar
recursos. Conseguimos varias contribuições, porem mais uma vez a falta de
responsabilidade de algumas pessoas puxou a motivação para baixo outra vez.
Resultado, bom evento e os recursos não foram suficientes para sanar as dívidas
do bloco. Isso foi o estopim para que eu me afastasse do Rival. A decisão foi
difícil, não queria decepcionar as pessoas que me apoiaram, mas a arrogância de
poucos causou frustração de muitos.
Depois
disso fiz mais dois carnavais em outro bloco como responsável pela bateria. A
situação não era diferente. A falta de empenho e os interesses pessoais mais
uma vez falaram mais alto e o resultado foi um carnaval pobre de tudo. A briga
está bem acirrada pelo controle do bloco e eu cada vez mais distante dessa
confusão toda, não dá pra ficar nessa guerra quando o que se quer é uma atitude
de parceria e entendimento com comunidade, fornecedores, prefeitura e
espectadores, assim fica complicado. Pra resumir, acho que novamente no
carnaval, irei para a bucólica praia de Iriri (ES) e apreciar outros blocos
que, aparentemente tem menos problemas que os daqui. Inté.
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